A Ilha da Fumaça é uma das
ilhas da baía de Vitória
(Decreto 826/39) e está localizada na latitude 20º 19`263” S e longitude 40º
18`823” W. Situa-se às margens da Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes e é
ligada à ela por uma ponte.
Na ocasião a ilha encontrava-se abandonada. Foi necessário muito investimento e trabalho para torná-la produtiva. Todos os investimentos eram decididos
diretamente pelo empreendedor Antenor Guimarães. Em ocasiões nas quais estava fora de
Vitória, as orientações eram transmitidas por meio de cartas enviadas dos membros da família Guimarães.
A aquisição da Ilha da Fumaça foi viabilizada em função do bom momento econômico
vivenciado pelo estado do Espírito Santo na década de 20, do século passado. Tal fato proporcionou muitos negócios para a empresa, principalmente no embarque de café.
A visão de futuro do empreendedor Antenor Guimarães possibilitou agregação de
novos negócios e ampliação dos existentes, mas esta aquisição só foi possível pela economia espartana empreendida na empresa, onde cada gasto era
detalhado e discutido com todos, sempre buscando uma forma melhor, com o menor custo. Pelo contrato social existente e tendo como sócios seus filhos, as retiradas eram módicas, permitindo a capitalização do negócio principal.
Os gastos na Ilha da Fumaça que não objetivavam a sua adequação ao negócio da empresa iam sendo postergados. Um fato que traduz bastante este direcionamento foi a pintura da casa
localizada na parte superior da ilha, que foi feita (somente a parte externa) com sobras de tinta das embarcações e executada pelo mestre de
um dos saveiros e um ajudante, aproveitando uma fase de pouco serviço. Este episódio inclusive, rendeu alguns problemas:
é que Antenor Guimarães não gostava que pintassem as embarcações de verde, por que tinha uma
superstição de que, todas as empresas que tinham pintado suas embarcações de verde, tinham tido grandes prejuízos ou tinham encerrado suas atividades. Acontece que a tinta que havia sobrado para a pintura, e conseqüentemente, que foi utilizada na pintura da casa, foi justamente a tinta verde. Imagine a surpresa de Antenor Guimarães quando chegou
à Ilha da Fumaça e viu que a casa tinha sido toda pintada de verde! Nesta época, por volta de junho de 1922, o telhado da casa também foi revisado, com troca de telhas, pois estava com goteiras e provocando o apodrecimento do forro da casa, que também foi recuperado.
Aos poucos, com base nas sobras de caixa, a empresa foi adaptando a ilha aos seus negócios. Primeiro foi a
energia elétrica, já em junho de 1922, que foi suprida com a compra de transformadores, postes e rede elétrica.
No entanto, as primeiras obras de vulto foram a construção do armazém situado na parte posterior da Ilha, a construção do cais de atracação de frente para o canal, a carreira naval e os armazéns na parte frontal. Estas construções tinham o objetivo de adaptá-la ao principal negócio da empresa: logística marítima.
A inauguração do cais contou com a presença do Presidente do Estado Aristeu Aguiar e de outras autoridades: Dr. Attilio Vivacqua - Secretário da Instrução; Dr. Nélson Monteiro – Secretário da Presidência; Dr. Moacyr Ávidos – Prefeito da Capital; Comandante Tancredo Tillemont Fontes – Capitão dos Portos do Estado; Dr. Olympio Barreto – Inspetor da Alfândega; Dr. Tavares – Inspetor de Portos e canais; Dr. Audifax Aguiar – Diretor do Serviço de Defesa do Café; Luiz Caiaffa – Presidente da Bolsa; Eurico de Aguiar Salles – Oficial do Gabinete da Presidência do Estado;Te Álvaro Barreto – Ajudante de Ordens da Presidência; Adroaldo Pinheiro – Gerente do Banco do Brasil na capital; Júlio Pinto – Gerente do Banco Hypothecário de Minas; Amynthas Santos – Contador do Banco Inglez; Mr. Mac Nell – Gerente da casa Arbucke & Cia.; Armando Pinto – Chefe da firma Armando Pinto & Cia.; Dr. Mário Jagurta Couto; Dr. Aurino Quintaes; Sr. Maller – Chefe da Importação de Theodor Wille & Cia. nesta capital; Sydney Pereira de Souza; o empresário Antenor Guimarães e seus filhos. O evento foi
noticiado pelo Jornal O Diário de 24/10/1929.